terça-feira, 4 de setembro de 2007

Entradas Perigosas - As regras

Depois do FC Porto - Sporting muito se discutiu sobre o lance que originou o golo.
Ora, esta semana, o jogo entre Sporting e Belenenses veio contribuir para a confusão.
E, esta terça, Vitor Pereira, enquanto representante da Comissão de Arbitragem da Liga, veio dar razão a Pedro Proença...e a Carlos Xistra.
Ou seja, as regras são objectivas, a interpretação do árbitro das mesmas é subjectiva.
Faz quase lembrar os "pais" da Constituição da República Portuguesa que emitem pareceres contra e a favor o mesmo caso baseados na lei...
O que seria um garante da legitimidade do futebol, é afinal um garante da legitimidade das descisões dos homens do apito sejam elas quais forem. Quem diz legitimidade diz, por associação, impunidade.
Em Inglaterra, um árbitro que assinalou erradamente uma grande penalidade a favor do Chelsea contra o Liverpool não apitou na semana seguinte.
Onde é que isso sucede em Portugal?
Ainda me lembro de Paulo Costa se ter recusado a apitar um jogo do Sporting e não lhe ter acontecido nada...
Ora bem, no caso específico do "desarme" VS "atraso para o GR", ficámos a saber que a palavra "deliberadamente" fica sem efeito devido à palavra "pode", como se pode ler de seguida:
"Ao contrário do que foi veiculado em diversos meios de informação, se um defensor efectua um pontapé que leve a bola no sentido da linha de baliza, seja esse pontapé um corte ou um passe, pode ser punido com pontapé-livre indirecto, no caso de o guarda-redes tocar a bola com as mãos", de acordo com Vitor Pereira.
Bonito. Portanto, um árbitro PODE marcar grande penalidade se um jogador for rasteirado dentro da grande área adversária? Assim como PODE não marcar, como sucede imensas vezes...
Basicamente cabe ao árbitro decidir o que vai marcar, isso já sabíamos, mas pensavamos que, de acordo com as regras, as decisões dos homens do apito poderiam ser consideradas certas ou erradas. Utopicamente, até há quem pense que, baseando-se no mesmo pressuposto, em caso de haver uma decisão tomada contra as regras, o árbitro seria punido.
Pura ilusão.

Já agora, e para encerrar, outra polémica que ainda dura é a da questão do penálti contra o Belém e expulsão de Costinha.
Realmente vê-se que Liédson é derrubado pelo guardião do emblema da cruz de Cristo e também é verdade que é discutível que tenha havido intenção de Costinha de derrubar o Levezinho.
Mas consideremos que Costinha não teve intenção de mandar Liédson ao chão.
Não é penálti? Com ou sem intenção, o avançado é rasteirado pelo guarda-redes quando ia marcar golo.
E considerando que é mesmo penálti mas que não houve intenção de derrubar... Aí não seria cartão vermelho? Ora, as regras não dizem que se o jogador ficasse isolado em frente à baliza, tem de ser mostrado o vermelho?

Voltemos lá ao início.... se calhar o árbitro marcou o penálti mas os jogadores do Belenenses são especialistas em regras do futebol tal como o Vitor Pereira e provavelmente ficaram com a impressão que Carlos Xitra PODIA não ter marcado a grande penalidade. Tal como pôde não marcar livre quando o guardião dos azuis segurou com as mãos uma bola vinda dos pés de um colega de equipa...

Só espero que não haja nada que diga que o árbitro PODE sancionar estas ENTRADAS PERIGOSAS.

1 comentário:

Anónimo disse...

Vi ontem tambem esse comunicado do Vitor Pereira e fiquei estupefacto!

Eu que até tenho algum respeito por esse senhor, tanto pela carreira na arbitragem como fora de campo... Fiquei DOIDO!

Como é que se admite sair um parecer da Liga em que se lê que em determinada situação o senhor do apito "pode" marcar falta?!...

Ao contrário do que se diz na imprensa desportiva, este comunicado não veio defender o arbitro que sancionou o "atraso ao guarda-redes" da equipa do sporting. Veio, isso sim, lançar ainda mais dúvidas na minha cabeça. Esperava um parecer técnico. Um em que se dissesse que naquela situação, por esta ou aquela condicionante (a bola ir directa à baliza, o outro defesa simular toque na bola, etc...), o arbitro teria de assinalar a falta. Ou não!...

Assim apenas se lança mais suspeitas na arbitragem quando o próprio organismo regulador da arbitragem diz que há situações em que o arbitro "pode" marcar falta. "Pode" assim como também "pode não" marcar a falta???...

Esclareçam-me!!!